Porto Alegre, sábado, 21 de setembro de 2024
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Militares centralizam plano contra garimpo em terras indígenas, por Tainá andrade e Vinícius Dória/Correio Braziliense

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Ibama e Funai não têm sido ouvidos na elaboração da estratégia de retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami. Ministro da Defesa garante que todas os órgãos envolvidos no enfrentamento da crise humanitária terão participação (crédito: Hutukara/Isa/Divulgação)

 

 

O plano operacional federal para a retirada de garimpeiros ilegais da Terra Indígena (TI) Yanomami, que está sendo montado pelo Grupo de Trabalho (GT) de Segurança, na Sala de Situação criada em 20 de janeiro para coordenar uma resposta à tragédia humanitária que atinge a região, não tem contado com a participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Os órgãos, que detêm competência de polícia administrativa e de promoção dos direitos nas comunidades indígenas, respectivamente, esperavam ser consultados na montagem do planejamento da operação, mas não têm sido ouvidos pelo Ministério da Defesa, que coordena a atuação as Forças Armadas, e pela pasta da Justiça e Segurança Pública, responsável pela Polícia Federal.

Uma fonte ministerial que participou das reuniões estranhou a ausência dos órgãos, devido ao conhecimento que têm da região e da logística de acesso às comunidades e aos garimpos. “Os militares tomaram para si o plano e estão, com a Polícia Federal, organizando o planejamento que, basicamente, é usar os helicópteros da Aeronáutica para chegar aos garimpos e descer para deixar a área inoperante, apreender os equipamentos etc”, disse ao Correio. No Ministério da Defesa, fontes confirmaram que ainda não há um trabalho totalmente integrado em relação às operações em Roraima, mas o ministro, José Múcio Monteiro, assegurou que “todos (os órgãos) vão participar”.

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