Porto Alegre, domingo, 22 de setembro de 2024
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Lagoa do Peixe sente fortes impactos da estiagem no RS, por Chico Izidro/Correio do Povo

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São dois anos de intensa seca, com a evaporação da água chegando a 90% | Foto: Mauro Schaefer

 

 

Uma longa estiagem no Leste gaúcho afetou profundamente o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, na região dos municípios de Tavares e Mostardas. São dois anos de intensa seca, e se em 2022 cerca de 50% da água do local sumiu, agora já chega em 90% a evaporação da água, e se não chover logo, é grande risco de chegar aos 100%. E a crise ocorre bem no período da safra do camarão rosa, produto que sustenta de forma direta 201 pescadores artesanais, sendo 47 de Mostardas e 154 de Tavares. Observar de perto a lagoa é algo desanimador, uma longa extensão de terra úmida, onde nem se encontram sinais de animais – a maioria morreu devido à falta de água.

“Estes dois anos seguidos de estiagem estão sendo um desastre para todas as famílias de pescadores”, lamentou Jair Joaquim Lucrécio, 61 anos e presidente da Colônia de Pescadores Z11, que abrange os municípios de Mostardas e Tavares. “Olha, os pescadores e suas famílias dependem da Lagoa do Peixe. E com autorização para pescar ali, pois quando foi criado o Parque Nacional, todos já moravam no lugar”, conta. E conforme explica Jair, esses dois anos consecutivos têm sido catastróficos. Para começar, de acordo com o dirigente, a maioria dos pescadores não possuem rede adequada, pois a superfície da lagoa é baixa – ela é relativamente rasa, com 60 centímetros de profundidade, em média. Sua extensão é de 35 quilômetros de comprimento e 2 quilômetros de largura. “Alguns estão tentando trabalhar na Lagoa dos Patos, mas aí não têm caíque, bote, não tem nada com que possam pescar. Mas alguns vão igual”, contou. Além disso, a maioria não tem nem condições de se deslocar até lá. “Tem gente que tem carroça, outros carros velhos, mas como viajar quase 110 quilômetros entre ida e volta? Enfim, não existe transporte”, constata.

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