O fator Moro. É assim que auxiliares do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), explicam o motivo de o magistrado não ter levado adiante acenos de que poderia ser chefe da pasta da Justiça no governo Lula. Seu nome circulava entre os potenciais ministeriáveis desde o final do ano passado, atrelado ao combo de que supostamente estaria disposto a antecipar a aposentadoria compulsória do STF, prevista para maio, a fim de cerrar fileiras com o recém-eleito presidente.
Não era bem assim. A interlocutores, Lewandowski – de longe o mais afinado ao petista desde que foi indicado à Suprema Corte em 2006 – afirmou que, se concordasse em deixar o tribunal para imediatamente integrar o Executivo, repetiria o erro do ex-juiz Sergio Moro, que ungido a níveis inéditos de popularidade na LavaJato, abandonou a magistratura para compor o primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro. Um dos mais ferrenhos críticos de Moro e das investigações que desvendaram o petrolão – foi dele, por exemplo, a decisão que garantiu acesso de Lula às mensagens hackeadas do ex-juiz de Curitiba e de procuradores – Lewandowski detectou as digitais de outros magistrados nos rumores de que toparia antecipar a aposentadoria e ser chefe da Justiça. Por este raciocínio, espalhar que ele não chegaria até o fim de sua temporada no STF abriria caminho para que outros magistrados pudessem tentar emplacar um nome a eles afinado.
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