Porto Alegre, segunda, 23 de setembro de 2024
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Ligado a Alcolumbre, ministro contratou firma de suplente do senador a dois dias de deixar o cargo de governador, por Dimitrius Dantas e Patrik Camporez/O Globo

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Na véspera de deixar o governo do Amapá, em 30 de dezembro do ano passado, o ministro da Integração Nacional, Waldez Góes, anunciou a contratação mais cara de sua gestão: a pavimentação de uma rodovia que liga a capital, Macapá, ao Sul do estado. A obra, avaliada em R$ 100 milhões, foi entregue a uma empresa que pertence a um suplente do senador Davi Alcolumbre (União-AP) e terá a maior parte financiada por recursos do orçamento secreto enviados pelo próprio parlamentar. Um dia antes do anúncio, Góes havia sido apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como integrante do primeiro escalão do governo federal, indicado por Alcolumbre.

O empreendimento no Amapá será tocado pela Construtora e Reflorestadora Rio Pedreira, pertencente a Breno Chaves Pinto, segundo suplente do senador, que atuou de forma decisiva para Góes virar ministro. A cadeira estava reservada a um nome do União Brasil, mas Alcolumbre articulou para que o aliado ficasse com o posto, mesmo sendo filiado ao PDT — ele se licenciou do partido após a posse. Ao anunciar o nome do então governador, Lula deixou claro que a vaga era da “cota” de Alcolumbre, que se tornou um dos parlamentares mais influentes após presidir o Senado e comandar a distribuição do orçamento secreto. O mecanismo, proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim do ano passado, repassava recursos públicos de forma desigual e sem transparência a congressistas, que os direcionavam para seus redutos eleitorais.

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