A posição geográfica e os interesses comerciais e culturais já aproximam o Rio Grande do Sul e a Argentina, mas as relações ainda podem ser ampliadas. Este foi o objetivo do seminário “Oportunidades Argentina – Brasil, Relação com o Governo de Misiones e o Fornecimento de Gás Natural de Vaca Muerta ao Rio Grande do Sul”, com a participação do vice-governador Gabriel Souza. O evento foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em parceria com o governo do Estado e a Embaixada da Argentina no Brasil.
Ao falar das semelhanças com o país vizinho, o vice-governador destacou a cultura compartilhada e as pautas em comum entre os dois países, em especial o mercado de gás natural. “Tivemos uma agenda esta semana, em São Paulo, dedicada a discutir e viabilizar medidas pelas energias renováveis, que é um assunto estratégico para nós e para a Argentina. Estamos à disposição para colaborar e trabalharmos junto com este propósito”, disse.
Além da questão do gasoduto, Gabriel ressaltou outras pautas conjuntas, como a ponte entre Porto Xavier e San Xavier, a retomada dos voos diretos entre Porto Alegre e Buenos Aires e a renovação do convênio de concessão da ponte em São Borja, além de questões sanitárias e comércio internacional. Inovação foi o último tema tratado, e o vice-governador convidou a comitiva argentina a participar do South Summit Brazil, de 29 a 31 de março, na capital gaúcha.
Gasoduto da reserva de Vaca Muerta
O Plenário Mercosul foi o espaço escolhido para receber a delegação argentina, que teve a participação do embaixador Daniel Scioli, da secretária de Energia, Flavia Gabriela Royón, e do governador Província de Misiones, Oscar Herrera Ahuad. O deputado Frederico Antunes, líder do governo na Assembleia Legislativa, também participou do encontro.
Scioli ressaltou a posição estratégica e importante que a indústria do Rio Grande do Sul sempre teve com a Argentina, país que é o terceiro comprador de produtos gaúchos e o primeiro da origem de vendas ao Estado, e que essa relação poderá se intensificar após a conclusão da obra de construção do gasoduto da reserva de Vaca Muerta até o Brasil. O projeto prevê a entrada em solo brasileiro pelo município gaúcho de Uruguaiana.
Anfitrião do evento, o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, lembrou que a indústria responde por metade do consumo de gás natural no Brasil e que o Rio Grande do Sul, industrializado e com diversificação produtiva, está entre seus principais consumidores no país.
“O custo constitui ainda uma barreira operacional para inúmeras fábricas. Cabe, portanto, discutir e analisar caminhos para garantir um fornecimento competitivo”, disse, enfatizando que desde a aprovação do marco regulatório do gás no parlamento brasileiro, há menos de dois anos, já se observam evoluções significativas, mas ainda há muito a se avançar.