Porto Alegre, terça, 24 de setembro de 2024
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'Lula hoje entende melhor a guerra, e queremos que a entenda ainda melhor’, diz embaixador da UE no Brasil, por Janaína Figueiredo/O Globo

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Para Ignacio Ybáñez, o presidente brasileiro ‘tem um peso internacional relevante’ e seus esforços pela paz são bem-vindos, mas devem lembrar, sempre, a origem do conflito. Ignacio Ybáñez, embaixador da UE no Brasil, posa para foto em Brasília. Foto: Cristiano Mariz/O Globo

 

 

Os posicionamentos adotados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia trouxeram um pouco de alívio aos países da União Europeia (UE), bloco que aprovou recentemente o décimo pacote de sanções contra a Rússia desde que o conflito começou, em fevereiro do ano passado. As mensagens sobre a necessidade de buscar a paz são bem-vindas, disse ao GLOBO o embaixador da UE no Brasil, Ignacio Ybáñez, mas é fundamental que o Brasil, em todas as suas conversas, deixe claro qual é a origem do conflito, e exija que a Rússia se retire dos territórios ocupados.

— Para chegar à paz primeiro é preciso falar com o país agredido. Por isso a conversa de Lula com [Volodymyr] Zelensky foi importante e necessária, e esperamos que esse diálogo continue — frisou o embaixador, que disse acreditar que, agora, o Brasil de Lula entende melhor qual é a situação na Ucrânia e a guerra.

A ligação de Lula para Zelensky trouxe alívio a UE, que vinha esperando um posicionamento mais firme do Brasil em relação as agressões da Rússia a Ucrânia?

Para a UE, a agressão da Rússia à Ucrânia é um tema central de nossa política externa, e em todos os contatos com o novo governo do Brasil a mensagem é clara: deixar clara a origem desse conflito, uma agressão de um país que é membro do Conselho de Segurança [a Rússia] a um vizinho [Ucrânia]. O Brasil é membro do Conselho e por isso, com mais razão, sua posição nos preocupa. Explicamos por que adotamos as sanções, a solidariedade que oferecemos à Ucrânia, inclusive a possibilidade, no futuro, de ser parte da UE. Bom, vemos que, nas conversas que os líderes mantêm, o presidente Lula vai entendendo melhor qual é a situação e a guerra. A conversa, por exemplo, com o chanceler alemão, Olaf Scholz, foi positiva.

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