Com uma prática que mantém a falta de transparência e a barganha política entre Executivo e Legislativo, o governo Lula tem permitido que o Congresso indique destinação de verbas que deveria ser atribuição dos ministérios desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o orçamento secreto. O Ministério da Integração destinou neste ano R$ 124 milhões à superintendência da Codevasf em Alagoas, órgão comandado desde 2021 por João José Pereira Filho, o Joãozinho, primo do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). O dinheiro vai financiar obras em dez cidades do estado, nove delas governadas por aliados do parlamentar alagoano — seis dos prefeitos de municípios contemplados são correligionários de Lira, sendo dois primos.
Os chefes dos executivos municipais beneficiados admitem publicamente que o recurso, embora seja federal, foi viabilizado por Lira. Os relatos indicam que, assim como acontecia durante a administração de Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara mantém influência sobre a distribuição de verbas da União em Alagoas.
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