Porto Alegre, quinta, 26 de setembro de 2024
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O benefício da dúvida do governo de um presidente preocupado com desafetos,  por Paulo Rabello de Castro/Estado de Minas

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Terceiro mandato é sempre um problema sério para qualquer gestor que volta a esquentar a cadeira onde já sentou antes

 

 

Com a Bolsa em baixa, empresas golpeadas no custo do seu capital de giro em função da Selic mais alta do planeta, repercussões secundárias e terciárias do escândalo Americanas entre clientes, fornecedores e bancos dessa rede varejista, e mais, com a inadimplência das famílias retornando aos altos níveis da recessão de 2015-16, crédito em regime de aperto e os fiscos federal e locais cercando os contribuintes com mais impostos por todos os lados, realmente não seria preciso acrescentar a esse panorama o toque de “perdido na mata” trazido pelas declarações atabalhoadas de um presidente mais preocupado com seus desafetos do que com o futuro da sociedade que lhe deu o poder de mando nessa difícil quadra de nosso crônico estancamento.

Terceiro mandato é sempre um problema sério para qualquer gestor que volta a esquentar a cadeira onde já sentou antes, seja em empresa privada, na iniciativa social ou, muito mais, se for na administração de governo. O mandatário de terceira rodada reúne quase todos os cacoetes de experiências passadas – que não se aplicam mais a situações novas – exponenciados pela presunção de sapiência e esperteza que, não raro, são apenas sinais de falta de criatividade e conduta repetitiva. Estamos nessa enrascada. Para piorar, o ambiente mundial apresenta hoje um plano inclinado perigoso, com a volta da inflação em moedas fortes, o vagalhão dos juros sobre um sistema bancário despreparado – como as recentes quebras de bancos estão mostrando – e o conflito político aberto entre China e EUA, que empurra o Brasil a uma desconfortável situação de mal disfarçada neutralidade onde acaba perdendo pelos dois lados do conflito.

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