Os deputados estaduais de Santa Catarina aprovaram, por unanimidade, a reforma administrativa proposta pelo governador Jorginho Mello (PL). No entanto, houve divergências em relação a um item específico do texto, que também acabou sendo aprovado após ser votado separadamente: o aumento da remuneração dos agentes da Casa Militar.
Um requerimento do deputado Matheus Cadorin (Novo) foi votado como um destaque após a aprovação da reforma, buscando a retirada do artigo 49 do texto, que tratava dessa “indenização” turbinada aos militares. No entanto, o requerimento foi vencido por 21 votos a nove no Plenário. Alguns deputados da base política do governador se ausentaram da votação.
Anteriormente, os agentes da Casa Militar recebiam acréscimos equivalentes a 10% do salário para os oficiais e 7% do salário de um coronel para os praças. Com a reforma, todos esses agentes passarão a receber uma remuneração extra correspondente a 50% do salário, o que gerou “super salários”. Segundo o governo Jorginho, essa mudança afetará “apenas” 76 policiais.
O aumento nas gratificações, que quintuplica o valor atual, já era motivo de polêmica na Assembleia Legislativa. Uma emenda parlamentar apresentada anteriormente pelo deputado Fabiano da Luz (PT) buscava eliminar o artigo 47 da reforma, que tratava sobre o aumento. Com a medida, os valores passariam de R$ 3,3 mil para R$ 16,5 mil. Isso significa que um coronel poderá receber mais do que o próprio governador, cujo salário é de R$ 33 mil. Atualmente, Santa Catarina conta com 9.614 policiais na ativa, sendo que 7 mil recebem menos de dois dígitos.