Porto Alegre, quinta, 28 de novembro de 2024
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Compositor Vagner Cunha lança coleção de prelúdios. Álbum traz o gaúcho Ney Fialkow interpretando 12 temas ao piano

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O pianista Ney Fialkow e o compositor Vagner Cunha. Foto: Gilberto Perin

 

 

 

Está disponível em todas as plataformas de streaming musical o álbum Prelúdios para Piano Livro II, com 12 composições de Vagner Cunha executadas ao piano por Ney Fialkow. O trabalho foi gravado ao vivo no dia 26 de fevereiro passado, com Ney tocando um piano Fazioli. O registro foi feito pelo engenheiro de som Leo Bracht na sede da Bell’Anima, no Recanto Maestro (localizado a 30 km de Santa Maria/RS).

A proximidade entre Vagner Cunha e Ney Fialkow é antiga. “Conheci Ney quando tinha 15 anos. Minha família estava em Boston, porque meu pai [compositor e regente Antonio Borges-Cunha] estava fazendo pós-graduação na cidade. E Ney me presentou com o primeiro CD da minha vida, um álbum com concertos de Mozart que tenho até hoje. Anos depois, foi meu professor de Forma e Análise na Faculdade de Música da UFRGS. Um estudo que ele fez em aula sobre os prelúdios de Shostakovich foi decisivo para minha opção pela composição”, lembra Vagner.

Essa não é a primeira vez que o compositor e o pianista trabalham juntos. Foi Ney quem estreou, em 2001, o Concerto para Piano, de Vagner, no Anfiteatro Pe. Werner, em São Leopoldo, com a orquestra Unisinos sendo regida por Roberto Duarte. Junto com Cristina Capparelli, Ney também tocou piano primeiro CD de Cunha, Mahavidyas, lançado em 2008.

“Nas conversas que tivemos durante a gravação de Mahavidyas, Ney um dia pegou um guardanapo de papel e escreveu uma promessa: ‘Declaro que estou disponível para tocar e gravar qualquer trabalho de Vagner Cunha para o resto da minha vida sem custo’. Claro que cobrei a promessa. Enviei a ele um áudio de um dos prelúdios, e ele concordou em encarar o desafio de interpretar. Tinha de ser ele. Ney é um instrumentista que não se dedica apenas a resolver as passagens de execução mais difícil − ele pensa também na composição como um todo”, conta Vagner.

Como o título do novo trabalho já antecipa, o álbum sucede Prelúdios para Piano Livro I, de 2018, com André Carrara ao piano. A criação de prelúdios tem um papel importante no processo criativo de Vagner: “Encaro de duas formas. Uma é exercitar a composição no que eu chamo de ‘pequenas formas’, ou seja, que não sejam concertos ou óperas, formatos mais próximos de mim nos últimos anos. A outra é que os prelúdios me permitem estudar, exercitar, testar. É como um laboratório. Partes de prelúdios podem entrar num concerto, trechos de um concerto podem gerar um prelúdio”, reflete.

A versão em CD físico de Prelúdios para Piano Livro II será lançada no segundo semestre de 2023. O selo Bell’Anima também promete até o final do ano comercializar 50 objetos de arte em que cada CD será acompanhado de duas gravuras criadas especialmente pela artista visual Teresa Poester, que também assina a capa do álbum recém-lançado. As gravuras de Teresa dialogam com as composições, potencializando as ideias propostas por Vagner.