O governo Lula (PT) precisará arranjar mais R$ 120 bilhões em novas receitas para conseguir usufruir do dispositivo do novo arcabouço fiscal que autoriza gastos extras em 2024, calcula o economista-chefe e sócio da Warren Rena, Felipe Salto.
O valor é bem maior do que o ganho potencial em novas despesas, que ele estima em até R$ 28,56 bilhões. O número também representa uma alta real (já descontada a inflação) da receita líquida de quase 10%.
A diferença ocorre porque, da forma como o texto foi construído, não basta o governo conseguir atingir o patamar de receitas que dispara o gatilho de gastos adicionais. É preciso também cumprir a meta fiscal estipulada pela equipe econômica, que é de zerar o déficit em 2024.
As contas foram feitas por Salto a pedido da Folha.
“A conclusão é interessante. Mostra o quão difícil é cumprir a meta de primário. Não adianta nada ter esse mecanismo para subir o limite se não tiver espaço no resultado primário. Isso é uma coisa boa da regra. A interação das duas metas: gasto e primário”, diz ele, que já foi secretário de Fazenda do Estado de São Paulo e diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado.
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