A menina curiosa que bisbilhotava nas gavetas de seu pai, o médico Mario Santos Dani, em Osório, no Litoral gaúcho, continua inquieta, à procura de novas descobertas. “Não tenho o mínimo interesse em fazer o que sei fazer”, enfatiza Sandra Dani, aos 75 anos.
Nos palcos neste fim de semana, no encerramento da temporada de Esperando Godot, e com um longa (Despedida) para estrear no próximo mês, a atriz segue em busca da novidade, do desafio. “Te confesso: a não ser que seja algo muito importante de fazer, não quero ficar me repetindo. Eu quero descobrir novas linguagens, novas maneiras de abordar as temáticas, os personagens, as situações.”
Para a veterana e premiadíssima atriz, o teatro é isso, pois tem em si todas as outras artes. “É música, tem tonalidade, entonação, um ritmo de fala. Tem artes plásticas, é um ser em movimento em um espaço determinado. Essa relação espacial com os outros personagens, com as coisas, é plástica”, avalia.
Sandra conta que essa busca sempre a motivou muito. “Quando eu dava aula no DAD (Departamento de Arte Dramática) da Ufrgs (1976 a 1999), queria fazer um trabalho integrado com uma professora de Desenho do Instituto de Artes, que ela e os alunos desenhassem, representassem graficamente, esses tipos de movimento em cena. Para o ator, é importante ver como as outras artes trabalham”, recorda.
Leia mais no Jornal do Comércio