Porto Alegre, quinta, 28 de novembro de 2024
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"É preciso mudar a qualidade da formação militar", diz Daniel Aarão, por Fábio Grecchi e Victor Correia/Correio Braziliense

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Para o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e escritor, os integrantes das Forças Armadas ainda estão atrelados a ideias e visões que se chocam com a democracia, que, por sinal, passa por uma profunda crise e deu espaço para que Bolsonaro e a extrema direita avançassem. O historiador e professor, Daniel Aarão Reis Filho. - (crédito: Alexandre de Moraes/UFPA)

 

 

O historiador e professor titular da Universidade Federal Fluminense (UFF) Daniel Aarão Reis é enfático ao afirmar que o Brasil ainda conviverá com a sombra do golpismo militar enquanto a qualidade da formação dos integrantes das Forças Armadas não passarem por uma profunda reformulação. Ele observa que, no contexto de uma democracia, há a necessidade de se formular uma nova doutrina, uma das formas de se superar os resquícios da guerra fria e do “inimigo interno”. “Isso, infelizmente, nunca foi feito desde o fim da ditadura”, lamenta. Fundador do PT, do qual se desligou em 2005, quando eclodiu o escândalo do mensalão, Daniel tornou-se uma referência na academia quando o assunto são as ditaduras brasileiras — seus livros Ditadura Militar, Esquerdas e Sociedade, Ditadura e democracia no Brasil e A Ditadura que mudou o Brasil tornaram-se fundamentais para os estudiosos que pretendem entender os processos políticos do país.

Segundo o professor, há em uma vasta parcela da sociedade brasileira um saudosismo do regime militar entre militares e civis que encontrou em Jair Bolsonaro um líder com grande comunicação popular, que soube se aproveitar da crise pela qual as democracias — sobretudo a brasileira — passam. “O que importou para seus seguidores não foram seus defeitos, bem conhecidos, mas sua capacidade em aglutinar e liderar uma alternativa à mal chamada Nova República, regida pela dupla PT-PSDB. Aproveitaram do desprestígio desses partidos, atingidos em cheio pela crise da democracia”, observa. Leia a entrevista a seguir.

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