Criada por meio de decreto firmado pelo então imperador Dom Pedro II em 1872, a porto-alegrense Carris, mais antiga empresa de transporte coletivo do país em atividade, teve edital de desestatização publicado nesta terça-feira,25, pela prefeitura da capital gaúcha.
A Companhia Carris Porto-Alegrense, que surgiu operando bondes puxados por mulas, um século e meio depois ainda é responsável por 22% do sistema de transporte público de uma das maiores capitais brasileiras.
“A qualificação do transporte coletivo é um desafio que enfrentamos desde o início da gestão. Melhorar o sistema, manter a passagem sem aumento e ampliar a cobertura do serviço são prioridades. E a desestatização da Carris é um compromisso assumido desde a eleição e que faz parte desse esforço maior de entregar uma mobilidade mais eficiente”, destaca o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.
Proposta mínima – A concorrência pública terá proposta comercial mínima de R$ 109 milhões e incluirá a venda de ações, bens, como ônibus e terrenos, assim como a concessão, por 20 anos, de 20 linhas operadas pela companhia. A sessão pública para recebimento e abertura das propostas dos interessados vai ocorrer em 2 de outubro. A venda da Carris não irá alterar a tarifa de ônibus de Porto Alegre, em R$ 4,80 desde 2021.
Custos elevados – Entre as razões apresentadas para a desestatização estão o alto custo de operação da companhia, cerca de 20% maior do que o de outras operadoras de transporte coletivo na Capital, e a necessidade de elevados investimentos para qualificar o serviço oferecido ao passageiro. Só entre 2020 e 2022, o município teve de injetar cerca de R$ 200 milhões na Carris.
