De janeiro a agosto deste ano, o Hospital de Pronto Socorro (HPS) notificou à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul 14 doadores de órgãos, com média de três órgãos efetivamente implantados por doador. No mesmo período de 2022 foram 10 doadores – um aumento de 40%. A informação é da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante da instituição.
Desde 2002, o setor é responsável por coordenar as ações referentes à doação de órgãos no HPS, com a identificação do potencial doador, passando pela entrevista familiar, suporte e acompanhamento. Formada por três médicos, sete enfermeiros, um assistente social e um psicólogo, a comissão funciona em regime de sobreaviso nas 24 horas do dia, sete dias por semana.
O coordenador da comissão, médico Cristiano Franke, fala da importância de declarar a vontade de ser doador de órgãos para os familiares. “É um momento delicado, quando a família precisa lidar com a perda do ente querido, então, ter a possibilidade de fazer o último desejo do familiar e ainda ajudar outras pessoas é uma atitude de extrema solidariedade”, avalia.
O médico explica que, em média, é possível utilizar três órgãos por doador, além de tecidos como pele e córneas. “A pele auxilia pessoas que sofreram queimaduras extensas e precisam fazer enxerto”, comenta Franke. Destaca-se que, para ser doador, a pessoa precisa sofrer morte encefálica, cuja comprovação, na legislação brasileira, deve ser efetuada a partir de exames clínicos criteriosos e atestado de três médicos.
Setembro Verde – O Dia Nacional da Doação de Órgãos é lembrado em 27 de setembro. Para marcar o mês, o HPS organizou seminário sobre o tema voltado a profissionais e estudantes da área da saúde. Também haverá a mostra fotográfica “Doando Órgãos, Multiplicando Vidas”, composta por 15 banners que contam a história de doadores, pacientes que receberam órgãos e familiares de ambos. De autoria do fotógrafo Marcelo Andrade, já foi exposta em diversos locais da capital gaúcha, como Assembleia Legislativa, Aeroporto Internacional Salgado Filho e Câmara Municipal.
Conforme informações da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, a negativa familiar aparece como principal causa da não efetivação da doação. “Por isso, é essencial que as pessoas avisem os familiares a respeito da vontade de ser um doador de órgãos”, destaca Franke. Desde 2022, qualquer pessoa pode manifestar em cartório, gratuitamente, o desejo de ser doador de órgãos.
Seminário sobre Doação de Órgãos do HPS
Sexta-feira, 22, 9h às 17h:
9h – Abertura
9h30 – Desenvolvimento dos transplantes no Brasil e no Mundo
10h – Situação atual dos transplantes no Rio Grande do Sul
10h45 – Transplante, o que muda na minha vida?
11h15 – Humanização na saúde – Quais as oportunidades para o HPS?
13h30 – Comunicação como cuidado em saúde
14h30 – Mitos e verdades sobre doação de órgãos
15h15 – Doação de Tecidos
16h15 – O papel da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante no HPS
16h45 – Encerramento