Com menor demanda pelos bens industrializados do Rio Grande do Sul, que caíram tanto nos preços (2,6%) quanto nas quantidades (3,4%) em janeiro de 2024, as exportações da Indústria de Transformação gaúcha recuaram 5,8% na comparação com o mesmo mês de 2023. O faturamento foi de US$ 1,3 bilhão, US$ 83,3 milhões a menos do que no mesmo período do ano passado. “O ano de 2024 começou da mesma forma como terminou 2023. Com o mercado externo menos aquecido, o que traz prejuízos para a indústria do nosso Estado, marcadamente exportadora”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry.
Segundo os resultados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, dos 23 segmentos exportadores da Indústria de Transformação do RS, 13 apresentaram faturamento maior. Embora as exportações do setor tenham se mostrado bastante diversas, com mais de 140 mercados consumidores pelo mundo, a maior parte do faturamento com as vendas externas não se alterou no primeiro mês do ano. Veio proveniente dos mesmos parceiros habituais do Rio Grande do Sul: o mercado chinês foi o que mais comprou, US$ 313,7 milhões, US$ 5,1 milhões a menos do que em janeiro de 2023. Em seguida, os Estados Unidos adquiriram US$ 238,4 milhões, incremento de US$ 114,2 milhões. A queda mais forte ficou com a Argentina, com retração de US$ 21,1 milhões, em um total de US$ 56,8 milhões adquiridos.
Em relação aos segmentos também não houve alterações significativas e Alimentos se manteve à frente, com maior faturamento em janeiro de 2024: US$ 364,2 milhões. Mesmo assim, houve recuo de US$ 122 milhões na receita, correspondendo a uma queda superior a 25% em relação a janeiro de 2023. Em linha com o observado na Indústria de Transformação, tanto quantidades (-16,3%) quanto preços (-10,5%) apresentaram retração quando comparados a janeiro do ano passado. O ramo alimentício que mais se destacou nas exportações foi o de Fabricação de óleos vegetais em bruto, embarcado para a Coreia do Sul e para a França.
Em segundo lugar, Tabaco apresentou faturamento de US$ 284,4 milhões (-US$ 16 milhões ou -5,3%). A queda observada na receita deveu-se mais a uma menor quantidade exportada (-15,7%) do que aos preços de exportação, que subiram 12,2%. O ramo que mais se destacou foi o de Processamento industrial do tabaco, tendo a China e a Coreia do Sul como destinos principais.
O terceiro segmento gaúcho com maior destaque em janeiro de 2024 foi o de Máquinas e aparelhos elétricos, com faturamento de US$ 128,7 milhões (+US$ 116,7 milhões, o que equivale a uma elevação de 971,3%). Embora os preços médios tenham caído 43,8%, houve um avanço expressivo, e bastante atípico, de 1.805,2%, na quantidade exportada pelo segmento. O ramo de produção com maior destaque foi o de Fabricação de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes, vendidos especialmente para os Estados Unidos. Segundo levantamento da Unidade de Estudos Econômicos da FIERGS, o município de Canoas foi o responsável por essa exportação atípica.
IMPORTAÇÕES – O Rio Grande do Sul importou US$ 883,5 milhões em produtos estrangeiros em janeiro de 2024, retração de US$ 534,9 milhões frente ao mesmo período de 2023 (-37,7%). As compras gaúchas de Bens intermediários (US$ 482 milhões, recuo de US$ 202,8 milhões) apresentaram declínio de 29,6% no período, sinalizando um mercado interno menos aquecido. A maior parte da demanda do Rio Grande do Sul centrou-se em produtos provenientes da Indústria de Transformação (US$ 695,7 milhões, queda de US$ 238,2 milhões ou 25,5%), tendo o segmento de Veículos automotores como principal destaque. Destacaram-se as compras gaúchas de produtos do ramo de Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários, adquiridos da Argentina.
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