O reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos André Bulhões, realizou nesta segunda-feira (19) uma visita técnica ao maior aterro sanitário do estado, localizado em Minas do Leão. Preocupado com o acúmulo de lixo nas cidades gaúchas após as enchentes, ele foi verificar as soluções empregadas para o tratamento e valorização de resíduos.
Professor, ex-diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS e especialista em Engenharia Hídrica, Civil e Ambiental, Bulhões ressaltou a qualidade da infraestrutura e a tecnologia da unidade, administrada pela empresa CRVR. “Há um cuidado exemplar para garantir que os resíduos não contaminem as águas subterrâneas e a atmosfera, além de gerar valor para a sociedade”, afirmou. “É uma estrutura de padrão internacional”, completou.
A Unidade de Valorização Sustentável (UVS) de Minas do Leão, além de operar como aterro sanitário, conta com uma termelétrica que gera 8,5 MW de energia a partir do biogás do lixo e uma estação de tratamento que transforma chorume em água para reúso. A CRVR também está investindo cerca de R$ 113 milhões na construção de uma usina de biometano no local, com previsão de início das operações em 2025.
Durante a visita, o reitor foi acompanhado pelo diretor-presidente da CRVR, Leomyr Girondi, que destacou a relevância da colaboração entre a empresa e a UFRGS, classificada como a melhor universidade pública federal do país pelo Índice Geral de Cursos do INEP. “Quanto mais avançamos em tecnologia e investimento, mais essencial se torna essa aproximação”, afirmou Girondi. “É com esse conhecimento que pretendemos acelerar o processo de inovação dentro das nossas unidades, trazendo soluções cada vez melhores para a sociedade”.
Bulhões ressaltou que o acúmulo de lixo decorrente das enchentes expõe a necessidade de priorizar a qualificação e a gestão adequada dos resíduos. “Quando crises como essa ocorrem, corremos em busca de soluções, mas elas já existem; só precisam ser priorizadas. Atuar em conformidade com a legislação ambiental, com soluções inovadoras, segurança e compliance, custa caro, mas traz retorno”, observou.
Segundo o reitor, o estado de exceção enfrentado pelo Rio Grande do Sul justifica a disposição temporária de resíduos nos “bota-espera”, mas a remoção para locais adequados precisa ser agilizada. “Não podemos correr o risco de passar de uma calamidade a outra, com o impacto ambiental e social que esses resíduos podem causar se não forem destinados rapidamente a locais apropriados”, concluiu.