A Base Aérea de Canoas (BACO) encerrou, na manhã desta segunda-feira (21/10), as operações de pouso e decolagem de voos de linhas aéreas comerciais regulares. Ao todo, foram 148 dias de uma ação conjunta essencial para o transporte de passageiros e para a assistência à população gaúcha.
Antes mesmo do fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho (POA), em Porto Alegre, no dia 03/05, devido às enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, a BACO foi mobilizada para atender à demanda de diversas aeronaves empenhadas no resgate e transporte de vítimas. Os voos de ajuda humanitária exigiram a participação de todo o efetivo militar em uma corrida contra o tempo. Ainda na primeira semana de maio, em meio às chuvas torrenciais, houve suporte a helicópteros, aeronaves civis e militares, além de apoio à Defesa Civil e outras entidades que se instalaram na BACO, cujas dependências se transformaram em um verdadeiro centro logístico emergencial para todo o Estado.
Com a infraestrutura civil comprometida e o aeroporto internacional paralisado, a BACO assumiu um papel estratégico, disponibilizando seu pessoal especializado, instalações, pista, pátios, hangares, refeitórios e alojamentos, ampliando a capacidade de resposta às emergências. A Base Aérea foi fundamental para a chegada de suprimentos, medicamentos, voluntários, bombeiros, policiais militares de outros estados e profissionais de saúde nas áreas mais isoladas e gravemente afetadas pelas cheias. As operações também viabilizaram o deslocamento de pacientes em estado grave para hospitais em outras regiões do país.
Durante todo o mês de maio, a FAB ajustou a estrutura de Comando e Controle da BACO para permitir que a aviação comercial atuasse juntamente com a Defesa Aérea, Patrulha Marítima e Transporte Aéreo. Após 23 dias de interrupção total devido às chuvas, no dia 27/05, foi restabelecido o fluxo de passageiros entre a região metropolitana de Porto Alegre e outras regiões do Brasil. Ao longo de quase três meses, foram realizadas mais de 1.200 pousos e decolagens em Canoas (RS), facilitando o transporte de cerca de 210 mil pessoas.
De acordo com o Comandante da BACO, Coronel Aviador Thiago Romanelli Rodrigues, o aeródromo militar de Canoas foi determinante para a aviação comercial durante o período em que o Aeroporto Internacional Salgado Filho ficou indisponível. “A FAB não apenas garantiu a continuidade do transporte aéreo de passageiros, mas também possibilitou uma solução eficaz em um momento crítico para o Rio Grande do Sul. A Base Aérea de Canoas continua com as atividades da Brigada Militar do RS e apoiando voos de aeronaves de pequeno porte, que atendem às ações de reconstrução do Estado, assistência humanitária e aeromédica“, afirmou o Comandante da BACO.
Com a normalização e reabertura do aeroporto de Porto Alegre, a BACO conclui uma fase crucial, que ajudou a mitigar as consequências do fechamento do principal hub aéreo do RS. A retomada gradual e coordenada das operações, na capital gaúcha, alimenta a expectativa de que, em breve, a capacidade aérea da região Sul estará totalmente reestabelecida, sempre com o apoio da Força Aérea Brasileira.
Operação Taquari 2
A FAB desempenhou inúmeras e variadas missões, desde busca e salvamento, resgatando famílias presas em áreas alagadas, até transporte aéreo logístico, com hospitais de campanha por todo o Estado. Quando o pouso era impossível, aeronaves militares lançavam suprimentos e mantimentos a locais remotos por meio de paraquedas. A rápida resposta da FAB, por meio da Operação Taquari 2, foi essencial para salvar vidas e minimizar os impactos das enchentes.