A porta do escritório eleitoral do condado de Maricopa, em Phoenix, se abre a cada dois minutos desde terça-feira para as centenas de voluntários das eleições dos Estados Unidos que contam pacientemente os votos dos quais o futuro do mundo está pendente. Eles o fazem sob os olhares dos observadores eleitorais dos partidos, diante das câmeras, com uma webcam ligada o dia todo para o mundo inteiro ver, e desde quarta-feira à noite com radicais trumpistas no estacionamento clamando que tudo é uma fraude. “2020, o ano que não para de surpreender!”, dizia uma senhora ao passar pela manifestação da quinta-feira, a caminho do seu turno de contagem de votos.
O mundo se pergunta como os Estados Unidos podem demorar tanto tempo para contar os votos. A primeira parte da resposta é um truísmo: o país é muito grande e há muitos votos. A segunda tem mais a ver com um sistema de apuração burocrático, hiper-garantista e concentrado em poucas mãos. Além disso, o terror de qualquer responsável eleitoral é voltar a viver o desastre da Flórida em 2000, e os protocolos levam o tempo que for necessário para assegurar que cada voto atenda a todas as garantias. O EL PAÍS pôde ver ao vivo na quinta-feira como é esse sistema, que também ficou sobrecarregado pela pandemia e por um número recorde de votos pelo correio, os mais tediosos de contar.
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