Porto Alegre, terça, 22 de outubro de 2024
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Ministério escolhe empresa multada e advertida 75 vezes em compra de diluente para vacina; O Estado de São Paulo

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Negócio com fabricante que tem histórico de descumprir contratos com o governo chamou atenção da CGU, que apontou ainda sobrepreço de R$ 2,5 milhões a mais por produto, aponta relatório. Sede do Ministério da Saúde, em Brasília Foto: Dida Sampaio/Estadão

Alvo de suspeitas de corrupção na compra de vacinas, o Ministério da Saúde escolheu uma empresa multada e advertida pelo menos 75 vezes por descumprir contratos com o próprio governo federal para fornecer diluentes a imunizantes da Pfizer contra a covid-19. O negócio com a FBM Farma, selecionada num processo sem licitação, chamou a atenção da Controladoria Geral da União (CGU), que identificou uma série de falhas, além do histórico de problemas. Relatório da CGU, ao qual o Estadão teve acesso, aponta sobrepreço de R$ 2,5 milhões no valor do produto, além de critérios adotados para a compra que limitaram a participação de outros fornecedores.

O processo de compra dos diluentes, que começou em abril e ainda está em negociação, envolve duas áreas que já enfrentaram denúncias de irregularidades na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. A primeira é a secretaria executiva do Ministério da Saúde, na qual trabalhava Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística; a segunda, a Secretaria de Vigilância em Saúde, onde dava expediente Lauricio Monteiro Cruz, ex-diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis.

As duas áreas são subordinadas diretamente ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Tanto Dias – que chegou a ser preso na quarta-feira, após depor na CPI – quanto Cruz foram demitidos recentemente, após denúncias de fraude envolverem a importação de vacinas contra o novo coronavírus. Com a tarefa de investigar ações e omissões do governo de Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia, a CPI faz um pente-fino em contratos e negociações em andamento.

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