Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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Orquestra Sinfônica de Porto Alegre volta à Sala São Paulo para apresentação gratuita no domingo

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Orquestra gaúcha viaja à capital paulista sob a liderança do maestro Evandro Matté; o pianista Fabio Martino se junta ao grupo como solista. Foto: Vitória Proença

 

 

 

A Sala São Paulo, uma das mais importantes casas de concerto do país, recebe no dia 14 de agosto a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), fundação vinculada à Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac). Sob a batuta do diretor artístico e maestro Evandro Matté, a OSPA executa “Choros nº 6”, de Heitor Villa-Lobos, e “Concerto para Piano em Sol Maior”, de Maurice Ravel, com solo do renomado pianista Fabio Martino. A apresentação integra a série Matinais, que promove concertos gratuitos aos domingos, às 11h. Os ingressos já estão esgotados.

Esta será a segunda apresentação da OSPA no local. Em 2018, Matté comandou a orquestra em um concerto na Sala São Paulo, dentro da programação do 49º Festival de Inverno de Campos do Jordão. Fazia 20 anos que a sinfônica gaúcha não viajava à capital paulista. Em 2022, a nova incursão conduzirá um grande grupo de músicos ao local, incluindo nomes recém-nomeados por meio do concurso público realizado em 2021. O esforço de viagem ainda contempla equipe de produção, instrumentos, partituras e tudo que uma orquestra necessita para fazer o seu melhor.

Matté ensaia a OSPA Foto: Vitória Proença

O maestro Evandro Matté comenta o significado da viagem: “É uma oportunidade preciosa de levarmos nossa orquestra ao centro da música de concerto no Brasil e, dessa forma, revelarmos o grande momento que vivemos, especialmente com um quadro de músicos completo. Assim como foi no Teatro Colón recentemente, em Buenos Aires, temos o objetivo de mostrarmos o excelente trabalho orquestral realizado pela OSPA no Rio Grande do Sul”.

A secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araujo, também pontua a importância do concerto: “A presença da OSPA na programação da série Matinais, na belíssima Sala São Paulo, é motivo de orgulho para gaúchos e gaúchas. A possibilidade de fazer a música viajar pelo país e o exterior é um grande estímulo para a orquestra e a equipe de produção envolvida. Trata-se de uma experiência gratificante e enriquecedora para o trabalho artístico individual e coletivo”. A secretária, que acompanhou a OSPA em Buenos Aires, desta vez será representada em São Paulo pela secretária-adjunta de Estado da Cultura, Gabriela Meindrad.

Após uma brilhante execução de Rachmaninoff junto à OSPA no Teatro Colón, na Argentina, em 10 de julho, o pianista Fabio Martino é novamente o solista convidado. Aos 33 anos, o brasileiro radicado na Alemanha já tem amplo reconhecimento internacional. Martino executa “Concerto para Piano em Sol Maior”, de Maurice Ravel (1875 – 1937), obra com a qual forjou grande intimidade em apresentações realizadas na Alemanha sob diferentes regentes. Datada de 1932, é considerada uma obra-prima na qual Ravel mirou na leveza e na diversão em oposição à profundidade e ao drama característicos do gênero no século 19.

“É uma obra com elementos melódicos e rítmicos muito fortes que cativam de cara o ouvinte. O começo é famoso por remeter a um chicote, como um incentivo para tocar. Contém uma variedade muito grande de estilos, elementos espanhóis e do jazz, o que dá certa liberdade para que os solistas brinquem com a obra”, comenta Martino.

O concerto exige uma orquestra completa, com destaque para o naipe de madeira, a percussão e a harpa. Ao longo da música, esses instrumentos alternam-se sob os holofotes, sem tirar o protagonismo do solo de piano, repleto de passagens virtuosísticas.

O programa do concerto é completado por “Choros nº 6”, de Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959). Os músicos da OSPA já estão bastante familiarizados com a obra, que recentemente encantou o público do Teatro Colón e está presente no próximo CD da orquestra (“OSPA e Convidados vol. 2 – Sons do Brasil”, com previsão de lançamento ainda em 2022). A peça integra a série “Choros”, com 16 obras que sintetizam música brasileira indígena e popular. Composta no Rio de Janeiro em 1926, “Choros nº 6” foi estreada na mesma cidade, sob a regência do compositor, em 1942. A composição faz alusão à atmosfera seresteira e aos personagens chorões do Rio de Janeiro daquela época. Para isso, os tradicionais instrumentos da orquestra ganham a companhia de uma percussão tipicamente brasileira com a cuíca, o reco-reco, o roncador e o tamborim de samba.

Sobre Evandro Matté (regente)

É diretor artístico e maestro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, da Orquestra Theatro São Pedro e do Festival Internacional SESC de Música, em Pelotas. Realizou sua formação musical na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na University of Georgia (Estados Unidos) e no Conservatoire de Bordeaux (França). Desde 2006, atua como regente e, como convidado, já esteve à frente de orquestras de Uruguai, Argentina, China, Portugal, República Checa, Croácia, Alemanha, Itália, Colômbia e Estados Unidos. Em 2019, foi condecorado pelo Ministério da Cultura da França pelo desenvolvimento das artes francesas em seu domínio artístico.

Sobre Fabio Martino (solista – piano)

Comparado internacionalmente com Nelson Freire, Martha Argerich, Claudio Arrau, Sviatoslav Richter e Vladimir Horowitz, o pianista brasileiro Fabio Martino chamou a atenção ao ser o único brasileiro a vencer o Concurso Internacional de Piano do BNDES, o mais importante da América Latina. Com três CDs solo e um com a Filarmônica de Stuttgart, coleciona elogios de críticos e revistas especializadas no mundo todo. O último disco, “Latin Soul”, alcançou a segunda posição nos charts do iTunes como “Top Album Classics”. A experiência o levou a diversas produções de filme e TV, além de gravações em rádios brasileiras, alemãs e a inglesa BBC.

Sobre a OSPA

Fundada em 23 de março de 1950, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) é uma das orquestras mais antigas e destacadas do país. Atualmente é formada por mais de 110 músicos profissionais e realiza cerca de 60 concertos por ano, atendendo a um público abrangente na sua sede, a Casa da OSPA, em Porto Alegre, e muitas outras localidades. É mantida pela Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (FOSPA), instituição vinculada à Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul, que abrange ainda uma escola e um coro sinfônico. Atualmente, a FOSPA é presidida por Luis Roberto Ponte e tem como diretor artístico o maestro Evandro Matté.

Sobre a Sala São Paulo

Inaugurada em julho de 1999, a Sala São Paulo é uma relíquia cultural e arquitetônica da capital paulista. Considerada uma das melhores e mais belas salas de concerto do mundo, é também sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp. Está localizada no edifício da antiga Estação Júlio Prestes, projetado pelo arquiteto Christiano Stockler das Neves e construído pela Estrada de Ferro Sorocabana entre 1925 e 1938. Herança da época em que São Paulo crescia estimulada pelo café e pela ferrovia, o prédio é marcado por ornamentos e detalhes no estilo Luís XVI, vitrais, escadarias de mármore, peitoris em ferro fundido, pisos de mosaico e madeira.

ORQUESTRA SINFÔNICA DE PORTO ALEGRE NA SALA SÃO PAULO
Concerto: Domingo, 14 de agosto de 2022, às 11h.
Onde: Sala São Paulo (Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos, São Paulo).
ENTRADA FRANCA (ingressos esgotados).
Recomendação etária: 7 anos.
Evento voltado ao público presencial, sem transmissão ao vivo.
Mais informações no site oficial da Osesp.

Programa:

Ravel, Maurice | Concerto para Piano em Sol Maior

I. Allegramente

II. Adagio Assai

III. Presto

Villa-Lobos, Heitor | Choros nº 6

Regência:

Evandro Matté

Solista:
Fabio Martino (piano)

Apresentação:
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA)

Direção Artística:
Evandro Matté