Porto Alegre, domingo, 29 de setembro de 2024
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Disputa no Agrishow suscitou ‘bobagem’ imensa, diz líder do agro na Câmara, por Felipe Erlich/Veja

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Ida de Bolsonaro ao evento e "desconvite" de ministro serviriam apenas a uma guerra de narrativas. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR) - (Divulgação/Divulgação)

 

 

A última edição da Agrishow, tida como a maior feira de agronegócio da América Latina, gerou polêmica e algum desgaste na relação entre o setor e o governo federal. De início, o atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, estava confirmado na abertura do evento, mas recuou ao saber que o expresidente Jair Bolsonaro também estaria presente. Fávaro se sentiu “desconvidado” e o Banco do Brasil anunciou a retirada de seu patrocínio ao evento. Para o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado Pedro Lupion (PP-PR), o caso distorce a verdadeira natureza da relação do setor com o governo — especialmente com o ministro responsável
pela pasta da Agricultura –, que seria cordial. “Essa questão da Agrishow foi uma série de lapsos que acabaram suscitando esse falso atrito entre nós e o governo, que é uma bobagem sem tamanho”, diz ao Radar Econômico. “O produtor rural continua indo na Agrishow e o próprio Ministério da Agricultura tem representantes lá dentro, ou seja, é uma grande guerra de narrativas”, complementa.

Nesse sentido, Lupion frisa que Fávaro tem bom trânsito com deputados da frente parlamentar, com ambas as partes tendo disposição para o diálogo. “Ontem, o ministro passou quase a tarde toda conosco da frente. Hoje esteve na comissão de agricultura da Câmara e amanhã vai à do Senado. Demonstra uma boa relação conosco”, diz. Lupion afirma que as divergências ideológicas de praticamente todos os parlamentares que representam o agronegócio com o governo, o que inclui ele próprio, não são empecilho a negociações e que ministros da Agricultura de governos petistas sempre tiveram proximidade com o setor. “Não concordo com quase nada que o presidente da República diz, porém é quem está aí. É óbvio que vamos continuar fazendo oposição na grande maioria dos assuntos, mas nas questões do agro precisamos ter algum
tipo de convergência, senão o Brasil para”, diz.

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