Após meses de estagnação, a esperada reação da atividade industrial no Estado ainda não se consolidou e a indústria gaúcha começa o último trimestre de 2019 em ritmo fraco. É o que demonstra o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quinta-feira (12), ao recuar 1,1% em outubro ante setembro, já com ajuste sazonal. O desempenho negativo fica mais evidente pela média móvel trimestral: queda (-0,3%) pelo quarto mês seguido, o que não ocorria desde julho de 2016. “A demanda doméstica ainda se mostra fraca para muitos segmentos da indústria, e as vendas para o mercado externo não avançam por conta da desaceleração da economia mundial e, sobretudo, em decorrência da crise na Argentina. Esses fatores ajudam a explicar o resultado recente abaixo do esperado”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
Três dos seis indicadores utilizados para o cálculo do IDI-RS caíram e o faturamento real (-2,6%) foi o responsável por sua redução no mês. Também recuaram a massa salarial real (-0,5%) e a utilização da capacidade instalada-UCI (-0,4 ponto percentual e grau médio de 81,9% no mês). Apenas as compras industriais de insumos e matérias-primas cresceram (3,4%), enquanto horas trabalhadas na produção e emprego permaneceram estáveis. “Apesar disso, a expectativa de recuperação da economia continua, devendo retornar lenta e gradualmente em resposta ao aumento da demanda doméstica, que deve se beneficiar dos juros e da inflação menores. Esse quadro mais positivo deve se somar à melhora na geração de emprego e da confiança empresarial”, explica Petry.
Na comparação com outubro de 2018, nem mesmo o fato de o ano de 2019 ter um dia útil a mais ajudou, pois o IDI-RS registrou a quarta queda consecutiva nos últimos cinco meses nessa base de comparação: -2%, retração que contribuiu para a perda de fôlego, pois o avanço do IDI-RS no acumulado do ano caiu de 2,6%, em junho, para 0,8%, em outubro. A alta pequena da atividade industrial no RS reflete os resultados díspares entre os componentes e os setores. O faturamento real (+4,1%) e a UCI (+1,2 ponto percentual) mostraram alta. Por outro lado, caíram as compras industriais (-1,2%) e a massa salarial real (-0,6%), enquanto as horas trabalhadas na produção (-0,2%) e o emprego (+0,2%) ficaram quase estáveis.
Quando a análise é feita por setores, chama a atenção na pesquisa os que permaneceram praticamente estagnados, como Alimentos (+0,2%), Tabaco (+0,5%), Químicos e derivados de petróleo (-0,5%), Borracha e plásticos (+0,2%), Máquinas e aparelhos elétricos (0%) e Móveis (-0,4%). Ao mesmo tempo, Veículos automotores, com uma elevação de 10,8%, foi aquele que mais sustentou o avanço, mas Couros e calçados, com aumento de 4,3%, e Equipamentos de Informática e eletrônico, 6,8%, também ajudaram. As principais baixas ficaram com Máquinas e equipamentos (-4,2%), Metalurgia (-7,1%), Têxteis (-6,3%) e Vestuário e acessórios (-7,8%).
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