Porto Alegre, terça, 07 de maio de 2024
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Pandemia acelerou mudanças no setor de HQ, diz designer e especialista brasileiro Bruno Porto; RFI

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Encontro de Tipografia de Portugal 2018 © Arquivo Pessoal

 

 

A pandemia do novo coronavírus mudou hábitos e mercados pelo mundo, inclusive o de leitura das histórias em quadrinhos (HQ). Especialista em quadrinhos, o designer gráfico carioca Bruno Porto, radicado na Haia, na Holanda, há dois anos, onde faz o seu doutorado sobre o tema, afirma que o novo coronavírus acelerou as mudanças que o setor já vinha passando.

As revistas digitais ganharam visibilidade e muito mais público este ano. Em vários países, houve interrupção na distribuição das revistas impressas e o fechamento, mesmo que temporário, das livrarias especializadas — as chamadas gibiterias, ou comicshops. No âmbito digital, editoras e plataformas começaram a oferecer mais opções de títulos, de pacotes de assinatura para, a um só tempo, não perder os leitores já fidelizados aos personagens e atrair novos consumidores.

Nos Estados Unidos, são mais comuns as versões digitais de quadrinhos que foram ou que serão impressos, o que corresponde a cerca de 10% do total das vendas de gibis. Se usarmos como base os números de 2018, foram aproximadamente US$ 100 milhões de um mercado que faturou pouco mais de US$ 1 bilhão. Os chamados Mobile Comics, quadrinhos feitos para serem lidos em dispositivos celulares, é um mercado de quase US$ 900 milhões só na Ásia, onde eles são muito populares.

Os HQs americanos digitais são frequentemente usados para testar uma ideia, um personagem, ou um nicho de público. Essas edições, chamadas de Digital First, também são usadas como brinde gratuito, ou como forma de atender uma demanda que não seria grande o suficiente para justificar uma reimpressão. Por exemplo, no lançamento de um filme novo da Marvel, eles podem fazer uma edição completa com tudo que já foi publicado sobre o personagem deste filme com mais de mil páginas, por menos de US$ 20.

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