Porto Alegre, domingo, 28 de abril de 2024
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Punição de militares franceses que ameaçaram intervenção expõe limites da liberdade de expressão nas Forças Armadas

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O general do Exército francês Christian Piquemal (C) teve a aposentadoria antecipada depois de participar de um protesto do movimento alemão Pegida (europeus patrióticos contra a islamização do Ocidente), um ato proibido ocorrido em Calais, no norte da França, em 6 de fevereiro de 2016. AFP - PHILIPPE HUGUEN

 

 

Os 19 generais da reserva francesa signatários de um texto no qual conclamam uma “intervenção dos camaradas da ativa”, caso o governo não tome medidas contra o suposto “declínio” do país, passarão por um conselho militar superior e devem ser punidos pela publicação. A polêmica levanta um debate sobre os limites à liberdade de expressão nas Forças Armadas na França, onde as manifestações políticas dos homens de farda, inclusive da reserva, não são toleradas.

O texto que provocou a discussão foi publicado na semana passada, na revista ultraconservadora Valeurs Actuelles. Munidos de eufemismos, os signatários conclamam o governo francês a “erradicar os perigos” que estariam levando o país à “desintegração” e até a uma guerra civil. As ameaças, segundo o artigo, são o “islamismo, as hordas das periferias [habitadas majoritariamente por imigrantes e seus descendentes], um certo antirracismo”.

As palavras foram apoiadas pela líder da extrema direita Marine Le Pen, mas condenadas pela ministra da Defesa, Florence Parly, que pediu ao chefe do Estado-maior das Forças Armadas, general François Lecointre, que os envolvidos fossem punidos.

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