Porto Alegre, sábado, 04 de maio de 2024
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Militares conservadores desafiam Macron e abrem crise na França; El País

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O chefe do Estado Maior francês, general François Lecointre, com o presidente Emmanuel Macron, em 2020.POOL / REUTERS

 

 

O chefe do Estado Maior dos Exércitos da França, general François Lecointre, disse nesta terça-feira que deveriam passar à reserva todos os militares da ativa que tiverem assinado de forma anônima um artigo, publicado no domingo por uma revista ultraconservadora, em que alertavam para o “desmoronamento” do país e para uma “guerra civil latente”.

“O mais razoável é deixar a instituição para poder tornar públicas, com toda a liberdade, suas ideias e convicções”, escreve Lecointre em uma carta interna aos militares, à qual a Agência France Presse diz ter tido acesso. O Estado Maior francês confirmou a este jornal a existência de “uma mensagem destinada aos militares” por parte do comandante, mas sem revelar seu conteúdo.

Em um mês, este foi o segundo artigo assinado por militares ―o primeiro majoritariamente por oficiais da reserva, e este por quadros da ativa, embora, devido ao anonimato, seja difícil verificar sua identidade e número. A ação dos signatários, que rompe a tradicional neutralidade das Forças Armadas ao assumir um discurso muito próximo à extrema direita, provocou forte reação tanto no Governo como em boa parte da oposição, sobretudo de esquerda. Na segunda-feira, a ministra da Defesa, Florence Parly, qualificou o artigo, publicada na revista de extrema direita Valeurs Actuelles, como uma “áspera maquinação política” que “utiliza toda a retórica, vocabulário, tom e referências da extrema direita” e “procura dividir, fraturar, a nação num momento em que, mais do que nunca, precisa se unir, se reencontrar”. Segundo a Valeurs Actuelles, a nova colaboração foi assinada por mais de 240.000 pessoas depois que a publicação “convidou” civis a aderir ao texto, embora continue sem revelar a identidade dos signatários.

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