O pai vem ao berço, dá um beijo, e se despede dos pequenos, gêmeos de dois meses que nasceram quase junto com as olivas, estas já em tempo de colheita. Mesmo com vontade de ficar um pouco mais com os filhos, André Goelzer é mestre de lagar na Estância das Oliveiras e, no calor de Viamão de janeiro, fevereiro e março, precisa fazer a colheita de seus 12 hectares produtivos e fabricar o azeite, junto com sua equipe de 12 pessoas. Por dois meses, Goelzer fica mais tempo no lagar (agroindústria de produção de azeite) do que em casa, repetindo incontáveis vezes os processos de colheita e extração do óleo para não ultrapassar 24 horas entre um e outro e, assim, manter a qualidade do produto. Nessa época, o mestre trabalha de 18 a 23 horas, chegando a um recorde de 36 horas ininterruptas.
As cenas acima, descritas no presente, ocorreram no início deste ano e determinaram a criação de um novo produto pelo estabelecimento. Na onda da paternidade recente, Goelzer decidiu unir as variedades de azeitona Coratina e Koroneiki em um único azeite. O mestre deu ao produto o nome “Los Dos”, em homenagem aos filhos gêmeos Bento e João, sem a expectativa, ainda, de que o blend ganharia a medalha de ouro no EVO IOOC Itália e Grand Prestige Gold no TerraOlivo, em Israel, mesmo concurso que colocou outro rótulo da Estância das Oliveiras, o Blend Exclusivo, entre os 10 melhores do mundo. As premiações não param por aí. Todos os cinco azeites da Estância das Oliveiras – os monovarietais (feitos de um tipo só de oliva) de Arbequina e Koroneiki e os blends – ganharam distinções em três dos mais importantes campeonatos do mundo: o NY IOOC – World Olive Oil Competition, em Nova York, o EVO IOOC Itália e o TerraOlivo, em Israel. Em cada um deles, participam entre 34 e 36 países, tendo na disputa de 780 e 860 rótulos. No maior concurso, o NY IOOC, 1,2 mil rótulos concorreram.
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